"Na verdade, foi um erro na
própria reportagem”. Foi assim que o prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba,
rebateu os efeitos de uma reportagem publicada por um dos maiores portais de
Notícias do Brasil, o G1, dedicado ao Estado de Mato Grosso.
O prefeito de Alta Floresta,
Chico Gamba, falou a jornalistas, na manhã desta segunda feira, 24, para tentar
contornar a situação provocada pela divulgação da notícia. Embora não tenha
comunicado todos os veículos de comunicação da cidade, o prefeito ensaiou uma
coletiva para amplificar a versão do município.
Para algumas redações, o
comunicado foi feito em cima da hora, inviabilizando a presença de alguns
meios. No grupo dedicado à comunicação rápida com os jornalistas da cidade, não
houve nenhum aviso sequer da coletiva, marcada para as 10h30 da manhã.
O Clique Noticias também apurou junto
à fontes do grupo de comunicação, onde a notícia foi divulgada (G1) e, segundo
informações, nenhum comunicado foi feito ao Portal sobre a coletiva, em Alta
Floresta.
O ponto da discussão
Mesmo assim, acompanhado do
vice-prefeito e secretário de Governo, Gestão e Planejamento, Robson Quintino,
da secretária de Educação, Lucinéia Martins de Matos Mazzoni, e a
superintendente de Educação, Irene Duarte, Gamba criticou a reportagem, que apontou
divergências entre dados divulgados pela prefeitura municipal de Alta Floresta
e os dados fornecidos pelo Ministério da Educação, conforme trecho abaixo, da
reportagem de Luíza Tenente, do G1.
“De acordo com a Secretaria de
Educação de Alta Floresta, em 2022, após um ano de implementação do chamado
"IntraAct Brasil", a porcentagem de crianças do 2º ano
alfabetizadas teria saltado de 35% para 83%. A avaliação do MEC mais
próxima disso é o indicador Criança Alfabetizada, que usa dados de 2023. Ele
foca na mesma faixa etária e mensura os conhecimentos dos alunos em língua
portuguesa. O resultado é bem diferente: Alta Floresta teve apenas
53,5% dos alunos da rede pública com conhecimentos adequados na disciplina.
É uma taxa ainda menor do que a média nacional (56%)”
O município contesta a
informação, afirmando que os números indicados na publicação do Portal G1
referem-se ao período de 2023, divulgados em 2024, e reflete ao período
pandêmico. Por se tratar de um período de pandemia, não houve avaliação na rede
pública de ensino, e foi realizado apenas na rede particular de forma amostral.
“Reafirmamos que não há
divergência. Uma informação divulgada se refere a um dado antigo, uma avaliação
realizada a cada dois anos pelo Saeb", apontou o prefeito.
Segundo a matéria do portal, a
secretaria de educação também já havia feito essa observação, “Mas, quando
consultada pelo g1, a pasta reforçou que são números
censitários, colhidos em escolas públicas pelo Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (Saeb)” pontuou a reportagem.
O que disseram...
O Prefeito Chico Gamba criticou
a repercussão da notícia. "Infelizmente, há uma politização desse tema, e
isso não pode ocorrer. Estamos falando do futuro das nossas crianças, e não
cabe politização nesse contexto" considerou.
O vice-prefeito e secretário
Robson Quintino ressaltou que há discussões naturais sobre os métodos
analíticos e sintéticos, mas é incorreto questionar números que não refletem a
realidade. “Os dados utilizados na reportagem do Portal G1 refere-se ao ano de
2023, período em que não houve avaliação da Rede Municipal, apenas da Rede
Particular de Ensino de forma amostral”.
A secretária de Educação,
Lucinéia Mazzoni, a Professora Neinha, considerou que a matéria gerou “conflito de informações” e
tentou diminuir os índices do município, que ela defendeu serem reais. "Causar
esse tumulto junto aos professores é injusto. Eles vêm se dedicando e fazendo a
diferença em sala de aula", criticou.