Criança de 10 anos é "torturada" dentro de escola em Alta Floresta

Mãe chora: filha foi amarrada, amordaçada e teve o cabelo cortado

Clique Notícias com Daiane Carvalho/TV Nativa

Imagem: Kaiky Ballack/TV Nativa

“Amanhã eu termino. Se você contar pra sua mãe, eu te furo, eu te mato”. Essa ameaça foi feita por uma criança de dez anos contra uma coleguinha de sala de aula, da mesma idade. “Vou cortar seu cabelinho igual cabelo de homem. Seu cabelo é muito lindo...” foi interrompida a menina, que segurava uma tesoura, pelo sinal do recreio que havia encerrado.

Quem revela é a diarista, Sirlei Rodrigues, mãe da aluna que sofreu a agressão dentro da escola onde estuda, o colégio municipal Jardim das Flores. “Ela pegou um elástico, amarrou as mãozinhas da minha filha, socou um papel dentro da boca da minha filha, e deu um chute nas costas e um murro na minha filha” Falou a mãe, contando que a filha foi obrigada a ficar de joelhos.

Gleici Kely, que é irmã da criança que teve o cabelo cortado na parte frontal, com uma tesoura escolar, não acredita até agora que a caçula da família passou por toda essa situação no lugar menos esperado. “Eu espero que seja feito alguma coisa” falou explicando que desde pequenininha, a irmã tem ciúmes do cabelo.

Após o episódio, segundo a mãe, a escola foi procurada por ela e o Diretor pediu para deixar o assunto para o dia seguinte. Ela deixou o colégio e procurou o conselho tutelar e depois a delegacia para registrar um boletim de ocorrência, o qual o Clique Noticias teve acesso e corrobora com tudo o que foi dito pela mãe.

Família tem advogado

Silvanei Varela é o advogado da família. “Se tivesse furado o olho, progredido para outra coisa maior? Quer dizer, ia encontrar um cadáver lá. Não ia encontrar uma criança. Eu acredito que a escola pecou aí. Houve uma falha muito grande, uma negligência, no dever de guarda da escola” pontuou o advogado, anunciando medidas judiciais.

“Vão ser tomadas as providências necessárias, vai ser feita a ação cível de reparação do dano moral. Vamos correr atrás da escola que até a presente data, que já era para ter apresentado um psicólogo, um suporte para essas crianças e não apresentou, nem o município, ninguém!”

Segundo o advogado o objetivo é tentar reparar. “Não vai consertar o problema. Ele já existe e essa cicatriz. Vai curar a doença, mas essa cicatriz vai ficar para o resto da vida dessa criança... Isso deixou a gente chocado, e na qualidade de pai, preocupado” diz o advogado que tem uma filha dois anos mais nova estudando na mesma escola.

A criança está traumatizada e não fala sobre o assunto. “Não é normal! O que ela fez com a minha filha ela pode fazer com outra aluna. Não desejo isso aí pra ninguém” disse a mãe, ao lado da filha maior que também está indignada com a situação pela qual foi submetida sua irmã. “Hoje foi o cabelo da minha irmã. E se tivesse sido a vida dela? Cabelo cresce. A vida a gente não consegue”

A prefeitura de Alta Floresta emitiu uma nota de esclarecimento á repórter Daiane Carvalho, da TV Nativa, que conduziu a matéria apresentada nos telejornais da emissora, afiliada da Record em Alta Floresta.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Prefeitura Municipal de Alta Floresta, por meio da Secretaria Municipal de Educação, vem a público esclarecer estar ciente do ocorrido na Escola Jardim das Flores, envolvendo duas alunas, no dia 25 de março. Diante do ocorrido foram adotadas medidas para garantir que fatos como este não voltem a acontecer.

A Administração Municipal informa que estão sendo adotadas todas as medidas necessárias para garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos. Destacamos que o caso está sendo devidamente acompanhado por uma equipe técnica multidisciplinar, que está oferecendo o suporte necessário às alunas e suas famílias.

Diante deste ocorrido, a Prefeitura de Alta Floresta reforça seu compromisso com a manutenção de um ambiente escolar seguro, acolhedor e harmonioso, reafirmando seu empenho em promover uma educação de qualidade para todos os estudantes.

As mais vistas