Homem que arrancou o coração da tia há seis anos ganha a liberdade

Lumar levou o coração em uma sacola e entregou à filha da vítima

JK Notícias

Foto: Reprodução

Lumar Costa da Silva, de 34 anos, que estava internado no Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, por matar e arrancar o coração da tia Maria Zélia da Silva Cosmo, 55, no dia 2 de julho de 2019, já está solto. O pai de Lumar foi pegá-lo por volta das 15h30 desta segunda-feira (23/06).

A decisão da Justiça de Mato Grosso, que autorizou a saída de Lumar trouxe o sentimento de medo e insegurança à família. A filha de Maria, Patrícia Cosmo, afirma que voltou a reviver o ‘período de mais terror’ em sua vida. 

Em entrevista a rádio Capital FM, na manhã desta segunda-feira (23.06), Patrícia disse que agora, quase 6 anos após o crime brutal que destruiu sua família, o sentimento é desespero e medo. Ela não conseguiu raciocinar ainda o que fará diante do novo cenário, com o primo em liberdade. 

“Estou com muito medo, com temor. Na verdade, eu não sei nem o que eu vou fazer para fugir disso. Já não estou conseguindo dormir direito, estou com medo, meus filhos estão com medo. O momento é de terror, uma pressão psicológica de que acabou a nossa paz”, pontuou. 

Lumar Costa da Silva, de 34 anos, sobrinho que matou e arrancou o coração da tia, Maria Zélia da Silva, 55 anos, em julho de 2019, em Sorriso, deve ser solto do Hospital Psiquiátrico Estadual Adauto Botelho, em Cuiabá, onde está internado, entre segunda e quarta-feira desta semana.

Segundo as informações obtidas pelo JK, Lumar já estava de alta médica há algum tempo, mas estava esperando a decisão do juiz para a soltura, onde deve acontecer estava semana e o pai dele deve ir buscá-lo no hospital e levá-lo para Campinas, interior de São Paulo.

Em sua decisão, o juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto decretou:

Diante disso, a fim de que o recuperando dê cumprimento às condições da MEDIDA DE SEGURANÇA AMBULATORIAL, determino a sua intimação na pessoa de seu curador, VIA EQUIPE EAP, para que cumpra as condições que estabeleço a seguir:

1 – Comparecimento mensal ao CAPS III – localizado na cidade de Campinápolis/SP, a fim de ser submetido a tratamento ambulatorial na forma que a instituição sugerir, devendo ser apresentado em Juízo relatório do cumprimento da medida.

2 – Não se ausentar da Comarca de Campinas/SP, sem prévia autorização do Juízo;

3 – Não frequentar lugares inapropriados, como casa de prostituição, casa de jogos, bocas de fumo e locais similares; e

4 – Não ingerir bebida alcoólica ou fazer uso de qualquer espécie de substância entorpecente.

Ao término do prazo de 01 ano da aplicação da medida de segurança, deverá ser realizada
perícia de cessação de periculosidade, razão pela qual, desde já, determino a realização do agendamento devido junto ao setor oficial.

Com a desinternação, tendo em vista a ausência de familiares do paciente neste Estado, bem como, em razão da localidade em que reside o seu curador, o feito ao Juízo da Comarca redistribua-se Campinápolis/SP, a fim de dar continuidade à fiscalização da presente medida de segurança.

Durante o processo, Lumar foi defendido pelo advogado Dener Felizardo e ele citou que acredita que alcançou o objetivo que almejava desde o início da ação penal, onde sempre acreditou que o Lumar necessitava de tratamento e não de prisão, “tanto que após ser colocado em local adequado para o seu tratamento, em menos de 1 ano obteve a sua desinternação, aliada a continuidade do tratamento mediante o acompanhamento do CAPS”, citou.

A defesa ainda reforça que “ele não está isento de pena, pois deverá de forma periódica e assiduamente continuar o tratamento, em transição, na modalidade ambulatorial, ou seja, na extensão do CAPS – Centro de Atenção Psicossocial no município de Campinápolis/SP, pois é onde irá retomar sua ressocialização com referência familiar, sendo apontado seu genitor Dr. Gilmar Costa da Silva como seu principal curador”.

O crime

Lumar morava em São Paulo e veio para Sorriso após um desentendimento com a mãe. Ele foi acolhido pela tia Maria Zélia, porém a mulher o expulsou de casa ao saber que era dependente químico.

No dia do assassinato, Lumar estava sob efeito de drogas e tinha alucinações. Afirma que não sabia o que estava fazendo e não conseguia distinguir a realidade da fantasia.

Em 2 de julho de 2019, ele atacou a tia e a matou a facadas. Com a arma ele arrancou o coração da mulher e a levou para a prima, filha da vítima. Roubou o carro da prima e tentou sequestrar a filha dela, uma menina de 7 anos.

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