Mato Grosso
Fraude no Bom Futuro: ex delegado de Alta Floresta à frente do caso
A investigação apura o desvio de dez milhões de reais do grupo Bom Futuro
A operação que levou ao bloqueio de bens de dois suspeitos de desviar mais de c do Grupo Bom Futuro ganhou atenção redobrada em Alta Floresta por um motivo particular: o caso está sob condução do delegado Pablo Carneiro, profissional que atuou no município de julho de 2019 a outubro de 2020, e que segue lembrado com respeito pela população local.
Foi durante o plantão judicial deste sábado (15) que a
Justiça de Cuiabá determinou a indisponibilidade dos bens do encarregado de
logística Welliton Dantas e do empresário Vinicius de Moraes Sousa. Eles são
apontados como responsáveis por um esquema de fraudes financeiras estruturado
dentro do setor de logística da empresa, que teria operado por cerca de dois
anos.
Welliton e Vinicius foram presos em flagrante na
quinta-feira (13). A investigação indica que a dupla usava a empresa de fachada
VS Transporte Bovinos Ltda. para emitir CTEs — documentos de transporte —
referentes a serviços que nunca ocorreram. A autorização interna dos
pagamentos, feita por Welliton, permitia que notas duplicadas ou inexistentes
parecessem legítimas.
Delegado conhecido em Alta Floresta conduz a apuração
À frente das apurações está o delegado Pablo Carneiro,
hoje na Delegacia de Estelionatos, mas lembrado em Alta Floresta por seu
trabalho firme e próximo da comunidade nos anos em que atuou na cidade. Sua
presença no caso tem despertado grande atenção dos moradores, que acompanham o
desenrolar da investigação com expectativa.
Segundo o depoimento prestado a Carneiro, Welliton admitiu a
fraude e detalhou que o grupo utilizava documentos internos de movimentação de
gado — que não exigem CTE — para construir os registros falsos. Vinicius,
responsável pelos fretes reais da empresa, emitia os documentos fraudulentos, e
Welliton liberava os pagamentos.
O encarregado afirmou que parte dos valores foi aplicada em
investimentos e bens de alto valor, como carros novos e imóveis.
Tentativa de novo golpe motivou ação imediata
Na véspera da prisão, os dois tentaram liberar mais um
pagamento irregular, de R$ 295.830, o que reforçou as suspeitas de que o
esquema seguia ativo. A empresa notificou a polícia, e a Justiça decretou a
prisão preventiva após a audiência de custódia.
Welliton também confirmou ter autorizado outro pagamento
suspeito, de aproximadamente R$ 210 mil, dias antes.
Bens bloqueados e investigação ampliada
Com o bloqueio dos bens, a Justiça busca assegurar eventual
ressarcimento ao Grupo Bom Futuro, que estima um prejuízo milionário. O
processo tramita sob sigilo.
O delegado Pablo Carneiro segue investigando se há
ramificações ou participantes não identificados e se o valor total desviado
pode ser ainda maior.

