O centenário da União dos Escoteiros do Brasil foi celebrado
em sessão solene realizada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT),
na noite desta quinta-feira (21). Na ocasião foram entregues 82 moções de
aplausos para pioneiros, chefes, lobinhos e voluntários, considerados exemplos
pelo escotismo em Mato Grosso.
O deputado Júlio Campos (União), requerente da solenidade,
destacou a importância do movimento escoteiro, observando que sua atuação gera
um impacto transformador nas comunidades. De acordo com o parlamentar, o
escotismo contribui para um contínuo processo de aprendizado, despertando e
formando lideranças, estimulando o crescimento pessoal e dos grupos, bem como,
demonstrando a importância dos serviços à comunidade. “São cem anos
funcionando e prestando relevantes serviços à comunidade, fazendo com que as nossas
juventudes tenham mais experiência e mais capacidade. Com treinamentos que
preparam lideranças, com mente aberta e preparada para fazerem a diferença”,
destacou Campos.
“Deixe o mundo um pouco melhor do que o encontrou”. Essa era
a mensagem propagada pelo criador e patrono do movimento escoteiro, o britânico
Robert Baden-Powell, quando reuniu o primeiro grupo, em 1907, na Inglaterra. Ao
Brasil chegou em 1910, mas foi somente em novembro de 1924 que a entidade se
consolidou com a fundação da União dos Escoteiros do Brasil (EUB).
“São cem anos dedicados a promover a formação de jovens
atuantes para a construção de uma sociedade mais justa e solidária”,
destacou a diretora regional de relações institucionais da UEB, Flaviane
Ramalho. “Nosso trabalho é totalmente voluntário e voltado para formar
crianças e adolescentes, preparando o caráter, o físico, o social, o afetivo
para que sejam agentes transformadores na construção de um mundo mais justo e
solidário”, destacou.
Ela explica que dirigentes são escotistas que seguem o
compromisso de fazerem a diferença social e realizam o trabalho de forma
voluntária. “É um trabalho centenário, então hoje é um momento muito importante
para nós escoteiros ter essa visibilidade. Porque é um trabalho realizado todo
por voluntários. Ninguém aqui tem uma remuneração, todos nós fazemos por amor à
criança e adolescente e pelo juramento de fazer a diferença na comunidade”,
ressaltou a diretora.
Quando ingressou no escotismo em 1962, o escoteiro Mauro
Cesar Souza não fazia ideia de como a experiência transformaria a sua vida.
“Particularmente, foi um diferencial na minha formação de caráter, de
cidadão, desde que eu ingressei no movimento escoteiro”, relembra. Souza é o
membro mais antigo da UEB em Mato Grosso. “Já faz 56 anos que participo do
mesmo grupo, o grupo escoteiro Centro América, que foi fundado no dia 3 de
abril de 1962, por iniciativa da Federação do Comércio na época. De lá pra cá
nós estamos fazendo a prática da cidadania, do desenvolvimento do caráter de
crianças a partir de sete anos, até os adultos com 63 ou mais”, contou.
Atualmente, segundo o diretor regional de métodos
educativos, Bruno Cardoso Maiolino, são mais de 20 milhões de adeptos no mundo.
No Brasil, existem cerca de 70 mil escoteiros, destes, 1200 estão em Mato
Grosso, distribuídos nos 14 grupos presentes em sete municípios além de Cuiabá.
“O movimento é, antes de tudo, uma mobilização educativa e tem o objetivo de
colaborar com o desenvolvimento da juventude por meio do trabalho, da
espiritualidade e da força do caráter”, enfatizou. Dentre os ensinamentos, além
de práticas campistas, os escoteiros também aprendem sobre a importância da
preservação ambiental, do compromisso cidadão com a pátria e da espiritualidade
como norteadores da sua construção social.
Para o estudante, Pedro Reis, de 9 anos, ingressar no grupo
de escoteiros despertou interesses para vivências que não fazia ideia antes.
“Eu sou lobinho. Entrei no início do ano e o que mais gostei foi de fazer o
juramento”, contou. Ele explicou que as atividades o ajudaram a ver as coisas
de maneira diferente e que o juramento o fez entender o valor do compromisso
para conseguir coisas importantes. “Eu queria sair do grupo iniciante e ser
reconhecido. Para isso tem que cumprir as tarefas e entender que o juramento
faz parte da vida”, afirmou.
A União dos Escoteiros do Brasil (UEB) - Fundada
em 4 de novembro de 1924, trata-se de uma associação com atuação nacional, sem
fins lucrativos, de caráter educacional, cultural, beneficente e filantrópico,
que congrega todos que praticam o Escotismo no Brasil. É a única organização
brasileira reconhecida pela Organização Mundial do Movimento Escoteiro, sendo
titular deste registro internacional desde sua fundação. A instituição é
responsável por dirigir e acompanhar as práticas escoteiras nas unidades
escoteiras locais, espalhadas em todo o território nacional brasileiro.
Para participar, não tem idade. A partir dos seis anos e
meio qualquer um é bem-vindo. Neste caso, será identificado de lobinho. Logo
depois, a partir dos 11 anos, terá a oportunidade de ingressar no ramo
escoteiro. Na sequência, poderá integrar os ramos sênior, pioneiro e adulto
voluntário. No site da União dos Escoteiros do Brasil é possível obter
informações detalhadas, e localizar uma unidade próxima da residência, que
podem ser grupos escoteiros ou seções escoteiras autônomas, onde são realizadas
as atividades práticas do escotismo, e acontece o contato direto entre os jovens
e a comunidade.
Atualmente, a Organização Mundial do Movimento Escoteiro,
fundada por Baden-Powell, conta com mais de 28 milhões de membros em 216
países. É a maior associação mundial de jovens. Calcula-se que mais de 500
milhões de pessoas em todo o mundo já tenham se comprometido em viver em acordo
com as premissas do escotismo. As informações foram obtidas no site da União
dos Escoteiros do Brasil (www.escoteiros.org.br).