Foi parar na cadeia
Justiça manda prender jovem que matou o marido em Alta Floresta
Polícia Civil deflagrou a “Operação Álibi de Sangue” e prendeu Grazieli Miranda, 20 anos.
A Polícia Civil de Alta Floresta cumpriu, nesta
segunda-feira (18), a prisão preventiva de Grazieli Miranda, de 20 anos,
investigada pelo homicídio do pedreiro Renato da Silva Rosa, de 31 anos,
ocorrido em 22 de outubro no bairro Boa Nova III. A ação integra a Operação
Álibi de Sangue, que também cumpriu mandados de busca e apreensão domiciliar e
determinou o afastamento do sigilo de dados da investigada.
O CRIME
O homicídio ocorreu dentro da residência onde o casal
morava, localizada nos fundos de um terreno próximo à MT-325. Renato foi
atingido por um único golpe de faca na região supraclavicular (acima do peito).
O Laudo de Necropsia revelou que a facada teve trajetória
oblíqua, atravessou o esterno e alcançou o tronco braquiocefálico, provocando hemorragia
interna maciça e choque hipovolêmico agudo. O documento aponta que o golpe foi
desferido com “força considerável”, em uma região vital.
APRESENTAÇÃO DA SUSPEITA E INVESTIGAÇÃO
Dois dias após o crime, em 24 de outubro, Grazieli se
apresentou na Delegacia de Alta Floresta acompanhada de seu advogado. À época,
ela prestou depoimento alegando legítima defesa, mas foi liberada para
responder em liberdade, já que não houve flagrante.
Vizinhos e conhecidos relataram que o casal mantinha um
relacionamento marcado por discussões frequentes. Durante a investigação,
familiares informaram ter ouvido de Grazieli a confissão do golpe, ainda no dia
do crime.
Entretanto, conforme a Polícia Civil, a versão apresentada
pela suspeita não é compatível com os elementos colhidos. O delegado
responsável, André Victor de Oliveira Leite, apontou que:
- não
havia lesões em Grazieli;
- não
foram encontrados sinais de luta no ambiente;
- o
golpe foi único, profundo, direcionado a região vital e com grande força —
elementos que, segundo a investigação, contradizem a hipótese de legítima
defesa.
A polícia também registrou que familiares da suspeita não
entregaram seu celular e tentaram ocultar seu paradeiro logo após o homicídio,
supostamente para evitar a prisão em flagrante.
PRISÃO PREVENTIVA
Diante dos indícios levantados, o delegado representou pela
prisão preventiva da jovem. O Poder Judiciário deferiu o pedido com base:
- na gravidade
do crime;
- no risco
de reiteração;
- na necessidade
de proteger a investigação, diante das tentativas de interferência
registradas.
Com isso, Grazieli Miranda foi localizada e presa
preventivamente durante a Operação Álibi de Sangue nesta segunda-feira.
INVESTIGAÇÃO SEGUE
As diligências continuam para esclarecer completamente as
circunstâncias do homicídio e eventuais tentativas de atrapalhar a apuração do
caso. A Polícia Civil também analisa novos elementos apreendidos, incluindo
dispositivos eletrônicos.

