Alta Floresta
Vereadores denunciam caos na saúde: teve até “morte por negligência”
A situação da saúde repercutiu na sessão da câmara, essa semana
Problemas com ar condicionado, falta de lençóis, monitor de
chamada com nome de pacientes escondido, entre outras deficiências, são
denunciados constantemente por vereadores de Alta Floresta, no Pronto
Atendimento Municipal - PAM.
Durante uso da tribuna, os vereadores Dida Pires, Douglas
Teixeira, Bernardo Patrício e Leonice Klaus registraram situações reclamadas
por pacientes. A saúde pública municipal é considerada um caos e cobranças por
melhorias são feitas constantemente.
“O que está acontecendo secretário? Que a gente sabe que tem
uma empresa pela prefeitura que presta serviço. O que essa empresa está
fazendo? Porque reclamação dos ares é muito. Eu e o vereador Naldo estivemos
ali no PAM, e não é de hoje que o ar condicionado lá dentro continua da mesma
forma.”, constata a vereadora Leonice.
As reclamações e apontamentos vão desde ares condicionados
instalados que não funcionam, necessitando de manutenção, até aparelhos que
estão no chão, a exemplo da Unidade V. A
reclamação é reforçada pelo vereador Douglas Teixeira, que relatou questões de
acionamento da empresa responsável e atos de assédio moral por parte de
funcionários da empresa no atendimento.
Mas, as principais queixas se direcionam ao PAM. “Precisamos ajudar a salvar vidas
secretário”, apontou o vereador Bernardo frisando que tem caso de paciente que
internou no PAM, medicado para dor e liberado sem nenhum pedido de exame, dois
dias depois procurou um hospital particular e evoluiu ao óbito.
“O monitor lá na PAM está dentro de um quartinho, ninguém
escuta lá fora. Criança chorando, pessoas tossindo, e o monitor lá dentro, pra
quê se não dá pra escutar. Aqueles monitor tem de estar para o lado de fora,
passar o nome dos pacientes”, destaca Leonice, conclamando aos colegas de
bancada, “Meus vereadores, vão lá e deem uma conferida também junto com a
vereadora Leonice”, frisando que pode ser taxada de vereadora chata, “mas tem
umas coisas que não dá pra gente deixar quieto”.
A situação da falta de lençóis adequados para atendimento
dos pacientes também gerou muita discussão. De acordo com a vereadora, uma
emenda impositiva no valor de R$ 48 mil foi destinada as necessidades do Pronto
Atendimento Municipal e que deste valor, R$ 30 mil seria para a aquisição de
novos lençóis.
“Lençóis do PAM, 30 mil pra comprar lençóis, e por que já
não comprou? O dinheiro está na conta”, frisou a vereadora pedindo
respeito, “Eu não vou me aquietar,
enquanto eu ver, eu vou falar e vou cobrar e a população merece respeito e
carinho. Já imaginou a gente deitada naquela cama com o lençol naquela
situação?”.
Mas, as cobranças da vereadora não são apenas para o Poder
Público, elas também se estendem a parte da população. “Também precisamos falar
disso aqui, o paciente utiliza o PAM, depois leva o forro de cama embora, nós
também temos que ter vergonha, não podemos fazer esse tipo de coisa”, concluiu.
Ainda sobre os investimentos, o vereador Dida Pires diz
querer saber da gestão pública onde estão sendo investidos mais de 30% na saúde
conforme pronunciamento do prefeito em mídia local. “Construções e reformas não
podem ser considerados investimentos em saúde quando não são feitos exames e
faltam medicamentos”, apontou.
Enquanto líder no prefeito junto à Câmara Municipal de
Vereadores, Elisa Gomes afirmou que todas as reclamações seriam levadas ao
conhecimento da gestão. Frisou ainda que, em relação a aquisição dos lençóis
para o Pronto Atendimento Municipal, na última semana um contrato foi firmado e
que haverá a entrega dos lençóis em breve.

