Política
“Quem não deve não teme. Chega o aço!” rebate Cattani
Sem medo da verdade, deputado defende investigação e se coloca à disposição
Após a segunda feira, dia 16, ser marcada por uma notícia que atingiu os bastidores políticos, o Deputado Gilberto Cattani, do PL, foi enfático ao demonstrar sua tranquilidade diante da citação de seu nome, como um dos deputados na lista revelada pela imprensa.
Ele mesmo tratou de vir à público, utilizando suas redes
sociais, para defender uma investigação sobre as suspeitas ações da Assembleia
Legislativa de Mato Grosso. “Meu nome é citado, porque destinamos emendas para
a Secretaria de Agricultura Familiar do Estado, para a compra de alguns quites
para a pequena agricultura” esclareceu o parlamentar, líder da Direita em Mato
Grosso.
Cattani também não escondeu a insatisfação com o programa
que consistiu na distribuição dos quites. “Primeiro, eu quero deixar claro que
eu nunca concordei com esses tais quites, porque o produtor rural ele precisa
de um trabalho efetivo para que ele possa vender o seu produto, o que ele
produz, no mercado. Assim como o grande tem mercado, temos que garantir mercado
para o pequeno agricultor” falou o Deputado citando outras demandas como regularização
fundiária e segurança jurídica ao pequeno produtor.
Ao reforçar não ser de acordo, Cattani explicou que, embora contrariado,
a emenda foi de bancada. “Nós participamos dessa emenda para fomentar a pequena
agricultura no Estado de Mato Grosso e agora está tendo uma investigação” pontuou.
Cattani ainda acrescentou: “sabe o que eu quero dizer à respeito disso? Que se
investigue sim! Sou favorável à investigação. Se existe uma desconfiança, tem
que ser investigado sim. Investigue e se houver qualquer coisa errada, puna os
culpados. Inclusive, estou à disposição para qualquer tipo de esclarecimento
que possa ser dado. Qualquer coisa, me procure. O que eu puder fazer para
colaborar, estou pronto e à disposição” declarou o parlamentar.
Bem do “jeitão Cattani”, o deputado complementou: “é aquele
velho ditado que nós temos na roça também: quem não deve não teme. Chega o aço!”
ENTENDA O CASO:
Segundo uma reportagem do portal Uol, com a colaboração do
repórter Pablo Rodrigo, de Cuiabá, “Catorze deputados estaduais de Mato Grosso,
um prefeito e um secretário de estado são citados em uma investigação da
Polícia Civil que apura suposto esquema na execução de emendas parlamentares
durante o período eleitoral” afirma a matéria, pontuando que os políticos negam
qualquer irregularidade.
A reportagem detalha a investigação em curso por parte da polícia,
por meio da DECCOR (Delegacia Especializada de Combate à Corrupção). “A Polícia
identificou um grupo criminoso que pode ter gerado prejuízo de R$ 28 milhões
aos cofres públicos na compra de kits agrícolas. Os kits continham objetos como
roçadeira, motocultivador, adubadeira costal e perfurador de solo”
Abaixo, um trecho da reportagem do portal Uol traz nomes de
deputados e outros representantes da esfera política:
“A Operação Suserano foi desencadeada em 24 de setembro de
2024 pela Deccor (Delegacia Especializada de Combate à Corrupção). Documento
obtido com exclusividade pelo UOL mostra que 14 deputados estaduais são citados
com suspeitas de envolvimento no esquema. Além deles, o prefeito de
Rondonópolis, terceira maior cidade de Mato Grosso, e o secretário estadual de
Ciência, Tecnologia e Inovação também são citados na investigação...”
“... Empresário Alessandro do Nascimento é apontado como
suposto beneficiado do esquema. A investigação demonstrou que o grupo de
Nascimento teria relação ou recebido emendas dos seguintes deputados: José
Eduardo Botelho (União), que na época era presidente da Assembleia Legislativa
de Mato Grosso (ALMT); Juca do Guaraná (MDB); Cláudio Ferreira (PL), atual
prefeito de Rondonópolis; Doutor João José (MDB); Alan Kardec (PSB), atual
secretário de Ciência e Tecnologia da Informação; Gilberto Cattani (PL); Fabio
Tardin (PSB); Julio Campos (União), ex-governador do estado; Faissal Calil
(PL); Ondanir Bortolini (PSD); Dr. Eugênio (PSB); Wilson Santos (PSD); Thiago
Silva (MDB); Dilmar Dal Bosco (União) e Carlos Avalone (PSDB). O deputado Diego
Guimarães (Republicanos) é citado no inquérito, porém o nome dele não consta
entre os que destinaram emendas”

