Adolescente mata família no RJ: Namorada de MT sabia de tudo

Os adolescentes mantinham contato desde os 8 anos de idade, via jogos online.

Redação

Reprodução Redes Sociais
Um crime bárbaro cometido por um adolescente de 14 anos no interior do Rio de Janeiro tem ligação direta com uma jovem moradora de Água Boa, no leste de Mato Grosso. O rapaz, que residia em Itaperuna (RJ), confessou ter assassinado o pai, a mãe e o irmão de 3 anos no último sábado (22), alegando que o motivo foi a proibição dos pais em permitir que ele viajasse até Mato Grosso para encontrar a namorada virtual, de 15 anos, com quem mantinha um relacionamento há anos.
Segundo as investigações, o casal se conheceu ainda na infância por meio de jogos online e mantinha contato frequente pelas redes sociais. A jovem, moradora de Água Boa, teria cobrado o encontro presencial, o que levou o adolescente a premeditar o crime. Conforme a polícia, ele pesquisou sobre como sacar o FGTS do pai, estimado em cerca de R$ 33 mil, falsificou uma autorização para viagem e chegou a procurar vagas de emprego no mesmo local onde a adolescente trabalha.
O assassinato aconteceu dentro da residência da família. O adolescente ingeriu energético, esperou os pais e o irmão dormirem em um único quarto, onde estava ligado o ar-condicionado, pegou a arma do pai, que era CAC (caçador, atirador e colecionador), e atirou contra os três. Depois do crime, tentou limpar a cena com produtos de limpeza e escondeu os corpos em uma cisterna nos fundos da casa. O desaparecimento das vítimas causou estranhamento na vizinhança e, dias depois, o próprio adolescente confessou o crime, sendo apreendido.
Em depoimento à Polícia Civil de Mato Grosso, a jovem de Água Boa confirmou que conversava com o namorado em tempo real durante o momento do crime. Ela foi ouvida na delegacia da cidade, acompanhada pela mãe e por representantes do Conselho Tutelar. A polícia apura se ela teve participação direta ou se apenas manteve contato com o autor do crime. Até o momento, não há indícios de envolvimento ativo no assassinato, mas o caso segue em investigação conjunta entre os estados do RJ e MT. A adolescente foi liberada após o depoimento, mas poderá responder judicialmente, caso seja comprovada alguma influência nos atos do rapaz.
O adolescente do Rio está internado provisoriamente por 45 dias em unidade socioeducativa. Em entrevistas concedidas à imprensa fluminense, delegado relata que o menor demonstrou frieza e chegou a afirmar que “faria tudo de novo”. O caso tem chocado o país e levantado discussões sobre os impactos de relações virtuais intensas na juventude, o acesso de menores a armas de fogo e a importância do acompanhamento emocional e psicológico de adolescentes.
A identidade dos menores envolvidos é preservada em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente.
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