atleta brasileiro Hugo Calderano, número 3 do mundo no ranking do tênis de mesa, foi impedido de entrar nos Estados Unidos para disputar o WTT Grand Smash em Las Vegas. O motivo? Uma regra de segurança dos EUA que barra o ingresso facilitado de estrangeiros que tenham visitado Cuba nos últimos anos.
Calderano tem passaporte português e, como cidadão europeu, poderia entrar nos EUA usando o sistema ESTA (Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem) — uma espécie de visto eletrônico rápido, usado para turismo e negócios. No entanto, desde janeiro de 2021, o governo dos Estados Unidos revogou esse benefício para estrangeiros que tenham passado por Cuba, Irã, Coreia do Norte, Iraque ou Síria.
Essa mudança faz parte de um pacote de restrições impostas após Cuba voltar à lista dos países considerados "patrocinadores do terrorismo" pelo Departamento de Estado dos EUA, ainda durante a administração Trump. A medida foi mantida pelo governo Biden.
Como Calderano participou de uma competição em Havana, em 2023, ele foi automaticamente desqualificado do uso do ESTA e passou a precisar de um visto comum de entrada, que exige agendamento, análise e aprovação consular — um processo que pode levar semanas.
Sua equipe tentou, então, emitir um visto de emergência, com apoio da organização esportiva americana, mas a liberação não veio a tempo da competição.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa e o próprio atleta lamentaram o episódio, que o afastou de uma das principais disputas do circuito internacional. A ausência também pode impactar seu desempenho no ranking mundial e no calendário de preparação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Especialistas em relações internacionais alertam que essa regra já afetou turistas, empresários, cientistas e atletas de várias nacionalidades. Não importa se a pessoa esteve em Cuba por turismo ou competição oficial — a presença no território cubano, após 2021, aciona a restrição automaticamente.