Mato Grosso amplia a vacinação contra Sarampo

O avanço do surto de sarampo na Bolívia preocupa as autoridades e gera medidas de prevenção.

Wendy Oliveira / Redação

O avanço do surto de sarampo na Bolívia, que já soma mais de 200 casos em 2025, acendeu o alerta em todo o Brasil e levou o Governo de Mato Grosso a reforçar as estratégias de prevenção. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) anunciou a ampliação da aplicação da “dose zero” da vacina para todos os 142 municípios do estado — medida que, até o mês passado, era restrita a cidades de fronteira.

A decisão segue recomendação do Ministério da Saúde e ocorre diante da confirmação de 22 casos importados da Bolívia no Brasil, a maioria no Tocantins, e de 36 notificações suspeitas em Mato Grosso neste ano, das quais 34 foram descartadas e duas seguem em investigação.

A “dose zero” é aplicada em crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias, como proteção antecipada para um dos grupos mais vulneráveis a complicações graves. Para bebês de 6 a 8 meses e 29 dias, é indicada a vacina dupla viral (sarampo e rubéola), enquanto a partir dos 9 meses a recomendação é a tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). Essa dose extra não substitui as vacinas do calendário oficial, aplicadas aos 12 e 15 meses.

O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, capaz de infectar até 90% das pessoas não vacinadas que tenham contato com alguém doente. A transmissão ocorre por gotículas respiratórias e os sintomas incluem febre alta, manchas pelo corpo, tosse, coriza, conjuntivite e falta de apetite. Casos graves podem evoluir para pneumonia, encefalite e até morte, especialmente em crianças pequenas e não vacinadas.

Segundo a SES-MT, a cobertura vacinal no estado está em 88% para a primeira dose da tríplice viral e 65% para a segunda — índices abaixo da meta mínima de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde para garantir imunidade coletiva. Crianças com alergia à proteína do leite de vaca devem receber a vacina dupla viral no lugar da tríplice, devido à presença dessa proteína no componente da segunda.

As autoridades reforçam que manter a vacinação em dia é a principal forma de impedir o retorno do sarampo ao país. O Brasil, que recebeu o certificado de eliminação da doença em novembro de 2024, corre risco de reintrodução caso pessoas não imunizadas entrem em contato com viajantes infectados.

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