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Descoberta de terras raras em MT pode elevar reservas brasileiras, mas exige mais pesquisas
Área de 180 mil hectares foi mapeada por mineradoras e iniciativas em parceria; lavra depende de avaliação técnica e econômica.
Pesquisas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) revelaram indícios de depósitos de terras raras no estado, em área de aproximadamente 180 mil hectares. Se confirmada, a descoberta pode ampliar as reservas nacionais desse grupo de minerais essenciais, mas o avanço depende de etapas técnicas complexas.
Mineradoras, tanto nacionais quanto estrangeiras, realizam estudos em locais como Itiquira (sudeste), Serra do Canamã (norte) e Planalto da Serra (centro-sul), considerando a presença de rochas alcalinas propícias à ocorrência desses elementos. Ao todo, quatro empresas e três pesquisadores (da Austrália, Minas Gerais e Mato Grosso) participam do mapeamento na área.
As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos usados em tecnologias modernas — como motores elétricos, turbinas eólicas, chips, equipamentos médicos e satélites. Apesar do nome, não são necessariamente raras na natureza, mas a dificuldade está em isolá-las em alta pureza, o que torna a exploração cara e complexa.
A Agência Nacional de Mineração (ANM) já autorizou 18 empresas a fazerem pesquisa no estado nos últimos dois anos. Segundo Jocy Gonçalo de Miranda, gerente regional da ANM, “por enquanto é uma fase inicial, com mapeamento. Depois vem a fase de campo. Se tiver teor que consiga beneficiar e for econômico, será dado continuidade para a lavra”.
Se confirmada economicamente viável, essa descoberta pode contribuir para o Brasil ascender ainda mais no mercado global de minerais estratégicos. Atualmente, o país possui a segunda maior reserva estimada de terras raras, atrás apenas da China.

