O Tribunal do Júri de Sorriso irá julgar nesta quinta-feira (7), a partir das 7h30, o réu Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado pela chacina que vitimou Cleci Calvi Cardoso, de 45 anos, e suas três filhas — Miliane, de 19, Manuela, de 13, e Melissa, de 10 anos — em novembro de 2023.

De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Gilberto não estará presencialmente no fórum. Preso na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, ele participará da sessão por videoconferência.

Sessão com restrições

Como forma de preservar a dignidade das vítimas, a Justiça determinou que a sessão não será transmitida ao público, restringindo a entrada ao plenário apenas a familiares, partes envolvidas, auxiliares de justiça, advogados e promotores. Jornalistas poderão acompanhar o julgamento apenas mediante cadastro prévio, mas não terão autorização para registrar imagens.

Também está autorizada a presença de autoridades, com a condição de que não façam qualquer manifestação durante o julgamento, como forma de evitar qualquer tentativa de politização do caso.

Denúncia do Ministério Público

Além da qualificadora de feminicídio, o Ministério Público também apontou outros agravantes no caso: os homicídios teriam sido cometidos de forma cruel, com recurso que dificultou a defesa das vítimas, para garantir a execução e a impunidade de outro crime. Também foi aplicada uma causa de aumento de pena, já que os crimes foram praticados na presença física de ascendente e descendente das vítimas.

Duas das vítimas eram menores de 14 anos, o que também contribui para o agravamento das acusações.

Prisão em flagrante e histórico criminal

Gilberto foi preso em flagrante na mesma manhã em que os corpos foram encontrados. Ele trabalhava em uma obra próxima à casa da família e já observava a rotina das vítimas antes do crime. A invasão à residência aconteceu na noite de 24 de novembro de 2023. Ao ser confrontado por Cleci, ele a matou, assim como as três filhas.

Posteriormente, investigações apontaram que houve estupro contra três das quatro vítimas. Uma peça íntima de uma das jovens foi encontrada em posse do acusado durante sua prisão.

O histórico criminal de Gilberto inclui outras duas condenações recentes. Em março deste ano, foi sentenciado a 22 anos de prisão por estupro e tentativa de homicídio contra uma mulher em Lucas do Rio Verde, ocorrido dois meses antes da chacina. Já em maio, foi condenado a 17 anos pelo assassinato do jornalista Osni Mendes Araújo, ocorrido em 2013, no estado de Goiás.