Crise no Conselho Municipal trava a saúde de Alta Floresta

Conselheiros querem reunião com o Ministério Público e paralisam as atividades.

Clique Notícias/Da Redação

Maicon Prado/Clique Notícias

Mais de R$ 2 Milhões em recursos aguardam deliberação do Conselho Municipal de Saúde, enquanto a crise não é superada. Quem revelou essa informação ao Clique Notícias foi o próprio Presidente do Conselho, o advogado Carlos Eduardo Furin, que admitiu o momento de crise institucional.

Numa das últimas reuniões, o encontro que acontece mensalmente precisou ser suspenso por falta de condições de continuar, dado tumulto generalizado. Agora um ofício encaminhado por 9, dos 14 conselheiros, solicita que as reuniões do colegiado sejam suspensos até que haja uma reunião com o Ministério Público.

A reportagem do CN obteve cópia do ofício, que traz assinatura em rubricas de nove pessoas. O CN checou junto à dois conselheiros que confirmam a autenticidade do documento, protocolado no último dia 18 de agosto no Conselho Municipal de Saúde.

Hoje, o Conselho Municipal de Saúde está em déficit de representatividade, com duas cadeiras ociosas. Uma delas é da classe dos usuários, exercida por meio de alguma entidade representativa. A outra pertence a classe de empresas fornecedoras.

Há constantes conflitos, desde a última eleição do presidente Carlos Eduardo Furin. Por conta do regimento, o vice presidente do Conselho é o conselheiro que não conseguiu vitória no pleito, o que institucionalmente explica os constantes embates.

O QUE DIZ O PRESIDENTE...

Carlos Eduardo Furin foi procurado e falou com o Clique Notícias. Por telefone, ele confirmou o conhecimento em torno do documento, mas diz que não reconhece sua legitimidade. Furin também questiona a autenticidade do mesmo, por falta de identificação dos signatários.

“Se a pessoa não se identifica, eu não sei quem é” rebate o presidente. Ele também considera vagas as razões alegadas sob o termo de que há conselheiros “temerários com alguns acontecimentos que necessitam de esclarecimentos”.

“Qual é a pauta? Tem gente preocupada? Quem está preocupado não manda ofício sem dizer o nome para marcar uma reunião dizendo que está preocupado com coisas que não especifica o que é” critica Furin. O presidente também pontua que o ofício não foi protocolado pessoalmente com ele, mas sim junto a secretaria do Conselho Municipal de Saúde. “O fato de alguém levar não significa que é o signatário” pontuou.

                                  

Foto: Reprodução

O presidente defende que qualquer pessoa pode procurar a promotoria independente de sua atuação. “A pessoa vai no Ministério Público e faz a denúncia” acrescentou. Questionado sobre a reunião com o Ministério Público, ele responde:

“Eu não vou marcar se não tem identificação de quem assinou. Até para saber se é usuário ou não. Até pra poder saber se não cataram assinatura de alguém aí na rua, porque eu não tenho expertise técnica para garantir que uma assinatura está lá sozinha é de quem quer que seja, para marcar uma reunião sem pauta, para tratar de uma preocupação indeterminada, sendo que, se as determinadas entidades entendem que há motivo para preocupação, elas não tomarem a iniciativa de irem ao Ministério Público, na verdade, é até uma omissão da parte delas”

Ele disse que a próxima reunião do conselho está mantida para o próximo dia 8. Falou que existem mais de R$ 2 Milhões em recursos aguardando deliberação do Conselho e que nesse sentido a saúde já está prejudicada, uma vez que a última reunião do Conselho precisou ser suspensa por conta de tumulto e o assunto não foi esgotado.

“O conselheiro acha que não tem que ir, depois ele arca com as consequências do ato dele. Nesse ponto, eu não tenho problema nenhum com relação a isso” declarou Furin.  

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