Prefeitura de Alta Floresta coloca placa de UPA que “não existe”

Essa é a segunda tentativa de maquiar unidade com suposta “UPA”

Clique Notícias com José Vieira/Jornal Mato Grosso do Norte

Foto: Reprodução

De novo...

O município tenta maquiar a Unidade do PAM, que funciona em um prédio locado do antigo Hospital Geral. A prefeitura novamente insiste na ideia de pintar a fachada com a sigla UPA. Segundo o secretário de saúde, Marcelo Alécio, a identificação ainda incondizente com a realidade é necessária. “Tem que identificar a Unidade para pleitear o credenciamento. Desde que assumi a secretaria que comecei a fazer o processo” disse o gestor ao Jornal Mato Grosso do Norte, em reportagem publicada na edição do último dia 25 de Julho.

Ocorre que a notícia causou “estranheza” á membros do Conselho Municipal de Saúde, que no dia 11 de Agosto apreciou o caso e concluiu que o fato apresenta risco á saúde pública, expondo até vidas em risco. Segundo os membros do Conselho a situação tentou levar a população e o conselho ao engano, “sendo ofertado um atendimento, que pode levar a população a procurar algo que não existe”.


Coube ao conselheiro Marcelo Weber dos Santos a incumbência de apresentar a demanda ao Presidente do Conselho, Carlos Eduardo Frurin, seguido de um pedido para que a denúncia fosse apresentado ao Ministério Público. “Não deu resposta e também, no documento, a gente pede pra ele encaminhar ao Ministério Público, a denúncia, vai fazer um mês e não encaminhou ainda” respondeu Marcelo ao ser questionado pela redação do Clique Notícias.

Não é a primeira vez...

Na ânsia de cravar a ideia de que Alta Floresta tem uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), a Prefeitura da cidade, por meio da Secretaria de Saúde beira o ridículo. Á toque de caixa, inaugurou a suposta estrutura em maio de 2022, até para fugir da pressão exercida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso.


Em abril do ano passado, a notícia de que apesar de uma placa de UPA, Alta Floresta tinha, na verdade, uma estrutura de status inferior denominado PAM (Pronto Atendimento Municipal) ganhou notoriedade depois que o CRM (Conselho Regional de Medicina) fechou a unidade durante uma fiscalização, após denúncia. Na época, o CRM condenou a precariedade da estrutura, que não servia nem para PAM, quem dirá para UPA.

Novela mexicana...

Em 2020, uma Ação Civil Pública (ACP) com pedido de liminar contra o Município, sob risco de multa diária no valor de R$ 5 mil em caso de descumprimento, a ser arbitrada contra o gestor municipal, foi ajuizada pela 1ª Promotoria de Justiça Cível de Alta Floresta para que o município fosse obrigado a finalizar a construção e a colocar a UPA em funcionamento, garantindo à população o direito à saúde. 

A construção da UPA foi iniciada na gestão da ex-prefeita Maria Izaura, em 2010. A obra ficou paralisada durante os dois mandatos do ex-prefeito Asiel Bezerra, e se arrasta há uma década e meia com a novela cruzando o segundo mandato do atual prefeito, Chico Gamba.

Entenda a diferença...

O que Alta Floresta oferece aos usuários do Sistema único de Saúde é um PAM, conforme já detalhado pelo Clique Notícias, Pronto Atendimento Municipal, que de acordo com o Ministério da Saúde, Oferece atendimento de urgência e emergência clínica, recebendo pacientes encaminhados e atendendo casos que necessitam de atenção imediata, como os de risco de vida ou que necessitam de atenção rápida. 

Já uma UPA, também conforme o Ministério da Saúde, compreende um estabelecimento de saúde de complexidade intermediária, articulado com a Atenção Básica, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192, a Atenção Domiciliar e a Atenção Hospitalar, a fim de possibilitar o melhor funcionamento da RAU.

A UPA 24h inova ao oferecer estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Nas localidades que contam com UPA, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. O objetivo da UPA 24h é diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais.

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