Diretor afastado após polêmica em escola quer o cargo de volta

Jonis Franklin criticou a condução do caso: “não fizemos nada de errado”

Clique Notícias/Da Redação

Foto: Reprodução

O Diretor afastado após o polêmico episódio ocorrido na sala do 5º ano da Escola Municipal Jardim das Flores, onde alunos receberam uma tarefa com uma questão de cunho sexual, Jonis Franklin Leite dos Santos, declarou ao Clique Notícias que pretende mover uma ação na justiça contra o município, buscando reparação pelos danos que ele alega ter sofrido emocionalmente, moralmente e profissionalmente.

“Ninguém vai apagar uma sequela. Nem dinheiro apaga isso. Mas as pessoas precisam entender o seu lugar e saber posicionar nos momentos certos e de forma correta” afirmou o Diretor ainda afastado, à Redação do CN. “Para mim faltou uma maturidade maior. Não sei se eu posso usar o termo, falta de conhecimento, da gestora da pasta”, concluiu.

A posição do Diretor é anunciada por ele no momento em que a reportagem do CN buscou um pronunciamento após o parecer técnico emitido pelo Conselho Municipal de Educação, conforme noticiado em Conselho emite parecer e detona secretária e prefeito de Alta Floresta

“Ficou claro que nós não fizemos nada de errado. Porque o conteúdo IST’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis), ele é sim, conteúdo pontual, ou seja, um conteúdo que foi selecionado, estudado e discutido, e que compõe um documento norteador dos conteúdos pontuais para o trabalho nas escolas municipais de Ala Floresta. Então o que o professor fez? Ele simplesmente cumpriu com o eu dever” salientou Jonis Flanklin.

Ele considera o parecer positivo em relação a situação. “Ele deixa a gente bem tranquilo. É bem esclarecedor para mim e para todos os outros. É preciso esclarecer isso. A comunidade precisa ter esse esclarecimento. Até mesmo para evitar essas situações ocorridas” considerou.


Sobre sua opinião quanto ao tema polêmico, em termos de aplicação do conteúdo para a faixa etária do 5º ano, como aconteceu, o Diretor endossou a matéria. “Eu acho que a escola, ela tem sim que trabalhar no sentido orientativo. Não é aguçar. Não é incentivar” falou o Diretor, acrescentando que não vê razões para a retirada do conteúdo da grade curricular.

“Eu não vejo porque tirar isso. Eu acho que tirar isso é a gente cegar, é tapar os olhos para uma situação que está posta” falou considerando inevitável que assunto seja acessado por crianças em razão de aparelhos eletrônicos, imprensa televisiva, entre outros meios. “A criança não vai ficar imune disso. Nunca!” declarou.

Jonis não descartou reconhecer alguma infelicidade quanto ao uso de termos por parte do colega professor que aplicou a questão em sala de aula.


“Simplesmente o que o professor fez, ele pecou no uso de alguns termos. Acredito eu que pela simplicidade dele, porque ele não é aquele monstro que colocaram. Ele é uma pessoa muito profissional” ressaltou o Diretor em defesa ao colega.

Apesar de reconhecer possível falha didática, ele alegou sobrecarga de trabalho, falta de professores, e que para conseguir atender a demanda foi necessário paralisar férias dos profissionais para tratar sobre novas metodologias de trabalho para suprir os desafios e disse ainda que a secretaria de educação não pode se eximir totalmente da responsabilidade.

“Poderia dar mais subsídios, sim. Pontuar melhor para que não ocorresse esses riscos. Direcionar mais termos técnicos, mais objetivos específicos de aprendizagem. Aí o professor poderia planejar o seu conteúdo mais direcionado para atender seus objetivos, no meu entendimento” pontuou.

O diretor alegou ainda que assumiu a Direção por teste seletivo e sua condição técnica e não por indicação política. “Eu tenho vinte e nove anos de sala de aula, não tenho problema em volta a uma sala de aula também não” falou dizendo que não teme ser ignorado para o cargo de diretor, em caso de retorno à unidade escolar.  

Mesmo alegando condições emocionais afetadas, ao ser questionado se é do seu desejo retornar ao cargo de Diretor, ele responde ao CN que sim.

“A escola Jardim das Flores é uma escola que nasceu comigo, há vinte anos, é uma escola que eu tenho um carinho, que eu tenho um amor, que eu tenho um cuidado muito grande por ela. Então, eu tenho sim vontade de me reintegrar à minha função para continuar cuidando dela e esclarecer melhor esses tipos de situações para que não ocorra mais isso” declarou à Redação do CN, por telefone.

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