Segundo o delegado, os donos do ferro-velho alegaram não saber que o material encontrado era furtado. A Polícia Civil, no entanto, suspeita que todos os envolvidos tinham pleno conhecimento da origem ilícita dos produtos.

O delegado João Lucas explicou que, com as recentes mudanças na legislação, a pena para o crime de receptação — que já é superior à do crime de furto — pode ser aplicada em dobro quando envolve fios elétricos, como neste caso. A punição pode chegar a 16 anos de prisão.

Sobre alegações recorrentes de receptadores e até de empresas que afirmam não saber que determinados produtos são furtados, o delegado refutou a justificativa, afirmando que a experiência e as circunstâncias tornam possível identificar a origem do material.

“Pelas circunstâncias, os empresários conseguem distinguir que se trata de uma mercadoria lícita ou ilícita. A condição de preço, que sempre é mais barata que no mercado. A pessoa não fala de onde surgiu aquilo. Não tem nota fiscal, não tem procedência” pontuou o Delegado.

João Lucas também aproveitou o momento para uma recomendação à classe comerciante. “Então, a gente fala, se o empresário quiser levar vantagem, não vale a pena. Vai acabar sendo preso, se manchando, enfim. o que a gente pede é sempre isso. Não fomente esse mercado de ilícitos. Às vezes você ganhar uma vantagem e não adianta, a gente vai atrás e vai acabar preso”, alertou o delegado João Lucas.